O Facebook abriu o jogo e revelou tudo o que você não pode publicar na rede social

FONTE O SUL//A rede social Facebook divulgou na terça-feira (24) um documento com as diretrizes usadas pela companhia liderada por Mark Zuckerberg para decidir se uma postagem deve ou não ser retirada do site após publicada por um de seus 2,13 bilhões de usuários. É a primeira vez que a rede social revela essas diretrizes – há cerca de um ano, uma versão desse documento foi divulgada em uma reportagem do jornal britânico “The Guardian”. Trata-se do “guia” usado para ajustar o sistema da rede social para identificar conteúdo inapropriado, bem como por sua equipe de moderadores para decidir o que deve ser retirado do ar.

“Nós decidimos publicar essas diretrizes internas por duas razões”, afirmou a vice-presidente global de gestão de produtos do Facebook, Monika Bickert, em postagem no blog oficial do Facebook. “A primeira, é que as diretrizes ajudarão as pessoas a entender onde fica nosso limite em problemas com várias nuances. A segunda, é que prover esses detalhes torna mais fácil para todos, incluindo especialistas em várias áreas, a nos dar sugestões de como podemos melhorar as diretrizes e nossas decisões ao longo do tempo.”

As diretrizes são usadas pelo Facebook para definir o que é discurso de ódio, terrorismo, pedofilia ou nudez, por exemplo. O documento é usado como referência em todos os países onde o Facebook atua e foi traduzido para 40 idiomas. Segundo o Facebook, há equipes em 11 escritórios da empresa pelo mundo pesquisando sobre como a rede social deveria tratar esses assuntos.

Segundo a rede social, o número de moderadores chegou a 7,5 mil pessoas, 40% mais do que em abril do ano passado. “O Facebook deve ser um lugar onde as pessoas podem expressar suas opiniões livremente, mesmo que algumas pessoas possam achar suas opiniões questionáveis”, afirmou a executiva.

As diretrizes sobre conteúdo no Facebook são reveladas pela companhia pouco mais de um mês após a revelação de que dados de 87 milhões de usuários da rede social foram usados ilicitamente pela empresa de inteligência Cambridge Analytica numa tentativa de manipular americanos durante as eleições de 2016. Com uma avalanche de anúncios, a rede social vem tentando acalmar os ânimos de investidores, usuários e órgãos reguladores — estes últimos tem aumentado a pressão de uma regulação para empresas de internet desde o episódio.

Regras

O documento, que tem cerca de 8 mil palavras, tem caráter prático e serve como base para o treinamento dos moderadores humanos da rede social, bem como para calibrar o algoritmo do site para sinalizar conteúdo inadequado para os padrões de comunidade. O documento começa abordando violência e estabelece que nenhum conteúdo de ameaça contra qualquer pessoa vulnerável ou minoria deve ser publicado, entre outras definições sobre o tema. Instruções sobre como usar armas ou explosivos de qualquer tipo também são vetadas.

A empresa define que organizações e pessoas engajadas em terrorismo, assassinatos em série, grupos de ódio, tráfico de pessoas ou crime organizado não devem participar do Facebook. Há, no texto, detalhamentos de como a rede social define cada um desses grupos. A rede social também estabelece que proíbe seus usuários de publicar qualquer conteúdo relacionados a crimes violentos. Outra restrição está na venda de produtos regulados, como medicamentos e drogas, como maconha.

A diretriz estabelece que qualquer tentativa de suicídio também será removida dos conteúdos publicados por usuários. Em relação à exploração sexual de adultos, a rede social afirma que todo o conteúdo que mostre atos sexuais são retirados.

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