Rio De Janeiro RJ 08 12 2018 Presidente eleito, Jair Bolsonaro, participa de solenidade de formatura de Aspirantes da Escola Naval, na Ilha de Villegagnon, Baia da Guanabara.foto Tania Rego/Ag.Brasil

Advogados de Bolsonaro acompanham investigação sobre facada, disse delegado da Polícia Federal

FONTE: O SUL

Apesar das cobranças nas redes sociais, incluindo as de Jair Bolsonaro e de seus filhos, com a hashtag “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, o delegado da PF (Polícia Federal) responsável pela investigação do atentado contra o presidente eleito, Rodrigo Morais Fernandes, diz que sua investigação é técnica e está sendo acompanhada pelos próprios advogados do presidente eleito.

“Conto com um bom aparato para conduzir a investigação e não há nada que possa ser feito de diferente ou além do que está sendo feito”, disse ele, a cargo da apuração desde 6 de setembro, quando o atentado ocorreu em Juiz de Fora (MG). A facada, que atingiu partes do intestino de Bolsonaro, quase o matou. O presidente eleito ainda carrega uma bolsa de colostomia para coletar gases e fezes e vai retirá-la apenas em janeiro.

Segundo o delegado, a investigação é exaustiva. “Os advogados do presidente estão acompanhando a investigação passo a passo e estão cientes de todo o esforço investigativo que está sendo feito, aos quais agradeço”, afirmou Fernandes.

Especulações e cobranças, mesmo vindas do presidente eleito nas redes sociais, não interferem ou pressionam o andamento do trabalho da PF, destacou o delegado. Na noite de terça-feira (18), Bolsonaro usou seu perfil pessoal no Twitter para compartilhar uma imagem com o questionamento sobre quem mandou matá-lo, seguido do comentário: “Já que a maior parte da imprensa simplesmente ignora”. O tema foi ecoado pelos filhos dele e repercutiu entre apoiadores.

O jornal Folha de S.Paulo teve acesso ao relatório final do inquérito policial 475/2018, que trata do atentado à faca contra o presidente eleito. O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal de Minas Gerais no dia 6 de setembro de 2018 e concluído em 28 de setembro de 2018. O relatório conclui que, até o momento, o único responsável pela tentativa de homicídio do presidente eleito é Adelio Bispo de Oliveira e que ele agiu sozinho no dia do crime.

Um segundo inquérito (503/2018) foi aberto ainda em setembro para investigar circunstâncias anteriores ao momento do crime. A PF investiga se Adelio teria cometido o crime a mando de organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas ou a mando de algum grupo político.

Essa investigação ainda está em andamento. “Existem várias diligências [investigações e coletas de prova] em curso. Acredito que a conclusão final [será] só no próximo ano mesmo”, declarou Fernandes.

Conclusões até o momento

Segundo o inquérito concluído da Polícia Federal de Minas Gerais, no dia do crime Adelio agiu sozinho. Pessoas que estiveram próximas fisicamente dele no dia da facada foram interrogadas e tiveram celulares e computadores periciados. Em conjunto com imagens do momento do atentado, a PF concluiu que essas pessoas não tinham qualquer relação com o crime e com o autor da facada.

Com base na investigação da PF, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou Adelio, no dia 2 de outubro, pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político”, descrito no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Isso porque o agressor disse que o que o motivou a cometer o atentado foi sua discordância das posições políticas de Bolsonaro.

O juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora, recebeu denúncia oferecida pelo MPF e tornou Adelio único réu no dia 4 de outubro. No dia 12 de outubro, Savino pediu que a sanidade mental de Adelio fosse avaliada.

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