O governo do Rio Grande do Sul já estuda um programa de ajuda emergencial para a população mais afetada pela pandemia

FONTE: O SUL

Nesta quinta-feira (21), durante mais um pronunciamento pela internet, o governador gaúcho Eduardo Leite adiantou que está em fase de preparação um programa de ajuda financeira para segmentos da população mais vulneráveis aos efeitos da pandemia de coronavírus. O plano é disponibilizar o recurso, em caráter emergencial, após fim do auxílio por parte do governo federal.

Para levar adiante a transferência, Leite ressalta que são necessárias fontes capazes de financiar esse tipo de iniciativa em âmbito regional. Ele não detalhou o perfil dos possíveis beleficiados ou valores, mas sinalizou, de forma genérica, que o público-alvo seriam as famílias carentes: “Queremos ajudar as famílias mais carentes, especialmente quando a ajuda federal deixar de existir”.

Também nesta quinta-feira, o site oficial do Palácio Piratini (www.estado.rs.gov.br) divulgou um estudo sobre os impactos da Covid-19 na atividade econômica e na renda das famílias. Dentre as conclusões está a de que o Rio Grande do Sul concentra cerca de 1,6
milhão de pessoas entre os beneficiários potenciais para receber o auxílio federal.

“Esse universo mais afetado pela pandemia representa 14,8% da população gaúcha, em que a ampla maioria (90%) compõe a metade
mais pobre dos habitantes do Estado”, detalhou o relatório, elaborado com base em dados da Seplag (Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão).

O trabalho estabeleceu um perfil bastante detalhado sobre a população apta a participar do auxílio emergencial (1.684.0129 pessoas). Cerca de 40% dos beneficiários são de informais, entre eles empregadores sem CNPJ, os que trabalham por conta própria também sem registro e domésticos.

Cerca de 500 mil gaúchos que poderiam receber a ajuda estão fora da força de trabalho. Outro aspecto que o estudo revelou aponta que entre os mais vulneráveis diante da pandemia existem mais de 85 mil mães solteiras.

Em paralelo ao auxílio emergencial do governo federal, o Executivo estuda possíveis fontes de investimento para elaborar um programa estadual de transferência emergencial de renda.

Cenários

Ainda conforme o relatório, o percentual da população gaúcha elegível ao Programa de Renda Mínima Temporária, do governo federal, é um dos menores do País. Em alguns Estados, esse cenário afeta 37% dos habitantes, como no Pará e Maranhão. Mesmo assim, as perdas da renda dos gaúchos são preocupantes, já que podem chegar a R$ 9,1 bilhões ao mês no cenário mais alarmante.

Se todas as pessoas impactadas recebessem o auxílio nesses meses, a injeção de renda na economia seria ao redor de R$ 1,1 bilhão/mês. Mesmo considerando esse alívio, o impacto da crise no Rio Grande do Sul pode variar entre 0,3% a 1,4% de perdas no VAB (valor adicionado bruto) para cada mês de duração da crise.

O trabalho avaliou quatro cenários considerando a crise da Covid-19 e o quanto o programa federal poder atenuar seus efeitos sobre a economia do Estado. Nas projeções mais otimistas, o impacto do auxílio emergencial irá mitigar cerca de 35% das perdas de renda dos gaúchos, ao passo que no cenário oposto esta capacidade de alívio sobre o VAB ficaria limitada a 11,7%.

Uma das principais conclusões da pesquisa aponta que, de maneira geral, cerca de 72% dos gaúchos estão sujeitos a alguma perda de renda durante a crise, mas apenas 15% são elegíveis à renda mínima emergencial.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.