O governo gaúcho já trabalha com a hipótese de receber em menos de uma semana as primeiras doses da vacina contra o coronavírus
FONTE: O SUL
Apesar de ainda não ter uma confirmação sobre a data de início da campanha nacional de imunização contra o coronavírus, o governo gaúcho já trabalha com a hipótese de receber o primeiro lote na próxima quarta-feira (20). A projeção se baseia na promessa do Ministério da Saúde de que os imunizantes cheguem aos Estados três dias depois de sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), neste domingo.
A logística da ofensiva contra a Covid será tema de um encontro entre o ministro Eduardo Pazuello com os governadores, também no domingo. Ainda não se sabe a quantidade à qual cada unidade federativa terá direito – o governo federal tem se limitado a dizer que a distribuição será igualitária, mas há a questão da proporcionalidade, pois são diferentes contingentes populacionais.
O órgão regulador analisa os pedidos para uso emergencial de dois imunizantes: a Coronavac (produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo) e a vacina da Oxforfd (elaborada pela Universidade homônima no Reino Unido, em parceria com o laboratório anglosueco Astrazeneca e que no Brasil conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz).
Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quarta-feira, a titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Arita Bergmann, frisou que será necessário um dia, a partir do desembarque do produto em Porto Alegre, para que remessa das vacinas chegue às coordenadorias regionais do órgão.
Desse momento em diante, as prefeituras ficarão encarregadas de retirar os respectivos lotes e disponibilizá-los nos postos municipais de saúde. Essa partilha também seria proporcional às características de cada cidade.
Prioridade
Conforme o Plano Nacional de Imunização (PNI), já colocado em prática anualmente pelo Ministério da Saúde para proteger a população de outras doenças (como a gripe), a campanha vai priorizar em sua fase inicial determinados grupos de risco para a Covid. O total aproximado é de 1 milhão de gaúchos nesse primeiro momento.
A lista inclui a chamada linha-de-frente do combate ao coronavírus, como profissionais que trabalham em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), centro de triagem ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Também são público-alvo os idosos que vivem em asilos e instituições de longa permanência, bem como os idosos que não pertencem a esse grupo e que deverão receber a injeção de forma escalonada por faixa etária, começando pelos maiores de 80 anos, depois os de 75 a 79 anos, 70 a 74 anos e assim por diante. Outros segmentos prioritários são os índios e os quilombolas.
“Como a quantidade a ser recebida inicialmente talvez não seja suficiente para aplicar as doses em toda essa população de uma vez, teremos de adotar critérios”, sublinhou a titular da SES ao site oficial do Palácio Piratini – estado.rs.gov.br.
“De qualquer forma, se tivermos que fazer escolhas, os primeiros a receber serão profissionais que trabalham diretamente no atendimento a pacientes Covid. Teremos que nos adequar à quantidade disponível”, finalizou.