Quase 3 milhões de gaúchos estão em atraso na vacina de reforço contra a covid

FONTE: O SUL

Mais de 2,93 milhões de residentes no Rio Grande do Sul já poderiam ter recebido dose de reforço da vacina contra covid mas ainda não recorreram ao procedimento. E como se não bastasse, 747.500 delas sequer providenciaram a segunda dose do esquema primário de imunização, em uma defasagem que se mantém nas últimas semanas.

Os números constam na atualização estatística fornecida nesta segunda-feira (2) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) por meio do portal de monitoramento vacina.saude.rs.gov.br. Ainda não há dados sobre os motivos para tamanho déficit, que podem envolver desde a o esquecimento dos prazos até posturas negacionistas.

A boa notícia é que 4,73 milhões dos 11,43 milhões de habitantes das 497 cidades gaúchas estão com o esquema de imunização completo, ou seja, já receberam ao menos uma dose de reforço, após completar o ciclo primário (que também pode ser obtido com o imunizante da Janssen, de aplicação única).

Esse contingente representa 49,4% do total. E sobe para 52,6% se forem contabilizadas apenas as pessoas abrangidas pela campanha (5 anos em diante).

Situação geral

– A estatística disponível até o momento mostra que mais de 9,65 milhões de habitantes do Estado já receberam primeira dose de alguma vacina contra a Covid.

– Quase 8,75 milhões foram contemplados com a segunda injeção (para 314.927 o imunizante ministrado foi o da Janssen, de dose única).

– O primeiro reforço vacinal, por sua vez, abrange 4,73 milhões de gaúchos, conforme mencionado anteriormente neste texto.

– Já a segunda aplicação-extra (“quarta dose”) totaliza 72.073 idosos a partir dos 80 anos e 177.718 indivíduos com baixa imunidade, segmentos populacionais contemplados por essa proteção adicional.

Mudança de critério

Vale ressaltar que desde a primeira quinzena de abril a Secretaria Estadual da Saúde considera que o esquema completo de imunização só existe quando já foi aplicada a primeira injeção de reforço. Antes, tal status levava em conta quem recebeu duas doses (ou aplicação única) – condição agora renomeada para “esquema vacinal primário”.

Atualizado diariamente e disponível para consulta por qualquer cidadão, o painel virtual também passou a divulgar a dados sobre o andamento da segunda dose de reforço. Atualmente, essa aplicação é recomendada a partir dos 80 anos.

Conforme o governo do Rio Grande do Sul, as mudanças têm por finalidade reproduzir na estatística oficial a constatação – comprovada cientificamente – de que a melhor proteção contra a covid pressupõe justamente a aplicação da dose-extra, atualmente disponível a partir dos 18 anos e para grupos de maior risco para a doença.

“Trata-se de uma avaliação dinâmica, já que nos primeiros tempos da ofensiva contra covid o esquema completo era representado pela segunda dose ou dose única, mas isso mudou”, explicou na ocasião a Secretaria Estadual da Saúde na ocasião.

Análises técnicas mais recentes confirmam uma redução expressiva nas chances de óbito por covid para quem recebeu o reforço vacinal. Idosos com essa proteção adicional têm risco 17 vezes menor de morrer pela doença, se comparados aos indivíduos sem qualquer dose até o momento. Já para o segmento de 40 a 59 anos, essa proporção é 14 vezes menor.

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