(Brasília - DF, 30/04/2019) Palavras do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro sugere que o Brasil poderia ser derrotado pela Venezuela

FONTE: O SUL
Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro disse, na terça-feira (30), que é “próxima de zero” a possibilidade de o Brasil participar, ainda que de forma indireta, de uma intervenção militar na Venezuela. “A hipótese de nós participarmos de forma mesmo indireta de uma intervenção armada é muito difícil, não vou dizer que é zero, mas é próxima de zero. É a nossa tradição não envolvermos dessa forma nos conflitos internos”, afirmou. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da TV Bandeirantes.

O presidente também sugeriu que o Brasil poderia ser derrotado pela Venezuela em um eventual confronto. Bolsonaro afirmou ao jornalista José Luiz Datena que “não quer falar em invasão”. “Não estamos bem de armamentos, não podemos fazer frente a ninguém”, afirmou. “As nossas Forças Armadas têm um poder de reação um tanto quanto pequeno”, disse Bolsonaro.

“Nós não queremos falar em invasão da Venezuela, teria que analisar muita coisa. Até que tipo de guerra seria isso daí. Isso seria uma aventura no meu entender. Agora, em última análise, em última hipótese existe essa questão, mas não nós invadirmos, não é a nossa vocação”, afirmou.

Bolsonaro lembrou que uma ação militar não é descartada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e que se os EUA solicitassem uso de território brasileiro ele analisaria o caso.

“Eu entendo que isso não é uma figura de retórica por parte dele [Trump], é uma possibilidade, sim. Em ele, por ventura, querendo usar o território brasileiro, eu digo o seguinte: eu convocaria o Conselho Nacional de Defesa, ouviria todas as autoridades do Conselho Nacional de Defesa e tomaria uma decisão”, afirmou.

Nas redes sociais, o presidente disse que uma decisão sobre ação militar do Brasil no país vizinho é de exclusividade do chefe do Executivo.

“A situação da Venezuela preocupa a todos. Qualquer hipótese será decidida exclusivamente pelo presidente da República, ouvindo o Conselho de Defesa Nacional. O governo segue unido, juntamente com outras nações, na busca da melhor solução que restabeleça a democracia naquele país”, escreveu.

Logo depois, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), retrucou Bolsonaro e afirmou que uma declaração de guerra contra a Venezuela precisaria de aprovação do Congresso.

“Em relação ao tuíte do presidente Jair Bolsonaro sobre a situação da Venezuela, é importante lembrar que os artigos 49, II c/c art 84, XIX; c/c art. 137, II da Constituição Federal precisam ser respeitados”, escreveu o deputado nas redes sociais.

“E eles determinam que é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar uma declaração de guerra pelo Presidente da República.”

A resposta pública de Maia mostra que a relação entre os presidentes dos Poderes continua tensa, apesar dos gestos de aproximação da semana passada, em que Bolsonaro agradeceu a Maia em pronunciamento.

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